18 de abril de 2010

As Brumas de Avalon – O Prisioneiro da Árvore (Livro 4)

As Brumas de Avalon – O Prisioneiro da Árvore, o último livro da saga, revela-nos uma Camelot e uma Avalon em decadência. Talvez a palavra “decadência” não seja a mais adequada, mas o que podemos perceber é que o mundo mostra-se em constante mudança, nada mais é como antes havia sido, e a velocidade dos acontecimentos intensifica-se mais a cada instante.

Morgana segue agindo conforme a vontade da Deusa, com o objetivo de concluir sua tarefa e, assim, realizar os planos de Viviane. E, ainda, Morgana lamenta não ter agarrado o poder que outrora esteve em suas mãos, o de ter a consciência do rei, tornando-se poderosa por trás do trono a fim de evitar que Artur sofresse toda a influência de Gwenhwyfar. Assim, Morgana faz o que está ao seu alcance para impedir que Artur siga traindo Avalon, ainda que suas escolhas lhe tragam mais sofrimento e angústia. É neste livro que acontece o aparecimento do Graal, fazendo com que tanto nós, leitores, quanto os próprios personagens, não saibamos ao certo se foi um milagre que veio para o bem ou para o mal. A Távola Redonda, repleta com os cavaleiros e companheiros de Artur, acaba por tornar-se uma imagem efêmera que, no decorrer do livro, deixa-nos com sentimentos demasiado nostálgicos.

Apesar de toda a sua beleza, As Brumas de Avalon – O Prisioneiro da Árvore é um livro bastante triste e revelador. Acompanhamos o trágico destino dos personagens e sentimo-nos impotentes, não no sentido de ação, mas sim por afinal concordarmos que não haveria outro caminho a ser tomado.

Algumas passagens dos primeiros capítulos me deixaram um pouco confusa; não conseguia visualizar inteiramente o que o texto propunha. Cheguei inclusive a reler algumas páginas para melhor construir uma imagem mental do que estava sendo narrado. Também, o final de Artur e Gwydion (ou Mordred) deixou a desejar. Já era esperado desde o início que ambos se enfrentariam, mas quando o momento finalmente acontece, é brevemente descrito, sem maiores detalhes. Ainda assim, não acho que esses dois pontos que acabei de mencionar tenham interferido negativamente na obra; apenas deixo-os aqui como mais uma de minhas impressões.

Também devo comentar que neste livro é possível conhecer mais e verdadeiramente a essência dos personagens. Algumas opiniões que construímos no início da saga provavelmente se modificarão. Gwenhwyfar, que logo ganhou meu desagrado e antipatia, revela-se aqui uma mulher forte e admirável, apesar de seu fanatismo como cristã – me revolta a forma como ela se culpa e se pune por tudo! Artur é, de verdade, um homem nobre e digno de ser amado até seus dias finais. De Morgause, conhecida por sua extrema ambição, nos é mostrado seu lado mais perverso, e chego a me perguntar se algum dia realmente amou alguém em sua vida. Morgana é esplêndida, tanto em suas qualidades como em seus defeitos, e é a personagem que mais admirei em toda a obra.

Ao ler o primeiro volume eu já suspeitava que esta seria uma obra inesquecível para mim. Agora tenho definitiva certeza! A obra me encantou de tal forma que já a considero uma de minhas leituras preferidas e que mais me marcaram. Recomendo-a a todos e que se deixem envolver pelo universo místico de Avalon e Camelot. Certamente não irão se arrepender!

Título: As Brumas de Avalon – O Prisioneiro da Árvore (Livro 4)
Autor(a): Marion Zimmer Bradley
Publicação original: 1982

LEIA TAMBÉM:
As Brumas de Avalon – A Senhora da Magia (Livro 1)
As Brumas de Avalon – A Grande Rainha (Livro 2)
As Brumas de Avalon – O Gamo-Rei (Livro 3)

4 comentários:

  1. aah que ótimo! tenho os quatro livros mas ainda não li =S

    é que sempre tem algum outro na minha estante que quero ler mais..

    Adorei seu blog! =]


    www.confessionsofabookgeek.blogspot.com

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  2. Oi Alineee!
    Assista o filme você vai adorar!!!

    E sobre As Brumas, eu nunca lí nenhum volume, minha mãe é que é apaixonada! hehe

    Bjokas

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  3. OI,Estou lendo AS BRUMAS DE AVALON e concordo com vc em relação a personagem favorita. Morgana. Li o 1º e 2º, vou começar o terceiro.
    No ínicio achei uma leitura meio desagradável pela forma como o Cristianismo é retratado. Mas isso passou a ficar em segundo plano com a emoção dos personagens..
    Muito bom...

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