Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente
Nelson Rodrigues, nasceu na cidade de Recife, em 23 de agosto de 1912.
Reconhecido como um grande escritor, dramaturgo e cronista, está imortalizado na literatura brasileira. Foi repórter policial, escreveu crônicas, contos, correio sentimental, folhetins, comentário esportivo (era apaixonado por futebol) e artigos opinativos. O teatro entrou em sua vida por acaso, devido a dificuldades financeiras, e aí se consagrou, apesar de suas peças serem constantemente consideradas como obscenas e imorais.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1980.
Nelson Rodrigues completaria 100 anos em 2012.
Por ocasião do centenário do autor, vários eventos estão rolando em todo o país. Exposições, peças, leituras, debates... Vale a pena conferir.
E vamos aos 5 motivos...
1. Nelson Rodrigues foi um importante representante da literatura teatral do seu tempo e
a peça “Vestido de Noiva” foi um marco no teatro brasileiro moderno por seu caráter inédito. Tendo escrito dezessete peças teatrais, o autor enfrentou
problemas com a censura e a polêmica em torno de suas obras, já que o
erotismo esteve muito presente. O crítico Sábato Magaldi editou as obras de Nelson Rodrigues em quatro volumes, dividindo-as em três grupos:
Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. O autor assinava algumas de suas obras sob o pseudônimo
Suzana Flag.
2. A originalidade foi um aspecto marcante do autor. Realista em pleno Modernismo, chegou a ser considerado
um novo Eça de Queirós. Nelson Rodrigues
criticou sordidamente a sociedade e suas instituições, principalmente o casamento, transpondo a tragédia grega (e suas regras) para a sociedade carioca do início do século XX, dando surgimento à contemporânea
“tragédia carioca”. O aspecto erótico foi sempre bastante marcante em sua obra.
3. Em vida,
acompanhou a adaptação cinematográfica de sua obra, tendo colaborado com o roteiro de
“A Dama do Lotação”,
“Bonitinha, mas ordinária” e
“Álbum de Família”. Foi responsável, também, por escrever os diálogos para os filmes:
“Somos Dois”, de Milton Rodrigues, e
“Como ganhar na loteria sem perder a esportiva”, de J. B. Tanko.
Ainda, Nelson Rodrigues foi
pioneiro na teledramaturgia brasileira com a autoria da novela
“A Morta Sem Espelho” para a extinta TV Rio. Outras novelas foram baseadas na obra do autor, como
“O Homem Proibido” e
“Meu Destino é Pecar”, entre outras, e também a conhecida minissérie
“Engraçadinha: seus amores e seus pecados”.
4. A série televisiva
“A vida como ela é...” foi baseada nas obras de Nelson Rodrigues (com adaptação de Euclides Marinho e dirigida por Daniel Filho). Fruto de uma apurada observação sobre o mundo,
“A vida como ela é...” trazia temas do
universo passional. A série foi exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, em 1996, com reprise em 1997 e em 2001.
5. Nelson Rodrigues foi
autor de inúmeras frases – as “pérolas rodrigueanas”. Suas “mil melhores frases” foram organizadas pelo jornalista e escritor Ruy Castro e publicadas pela editora Companhia das Letras sob o título de
Flor de Obsessão.
“Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.” [Nelson Rodrigues]
PRINCIPAIS OBRAS:Peças:Mulher sem Pecado (1941)
Vestido de Noiva (1943)
A Falecida (1953)
Os Sete Gatinhos (1958)
Boca de Ouro (1959)
Beijo no Asfalto (1960)
Toda Nudez Será Castigada (1965)
Teatro Completo (1981-89)
– Organização de Sábato Magaldi, 4 volumesRomances:Meu Destino é Pecar (1944)
– como Suzana FlagO Homem Proibido (1951)
– como Suzana FlagO Casamento (1966)
Contos:Cem Contos Escolhidos – A vida como ela é... (1961)
– 2 volumesElas Gostam de Apanhar (1974)
A vida como ela é... – O homem fiel e outros contos (1992)
- Seleção de Ruy CastroCrônicas:Memórias de Nelson Rodrigues (1967)
O óbvio ululante (1968)
A cabra vadia (1970)
O reacionário (1977)
Frases / Depoimentos:Flor de Obsessão: as 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues (1997)
– Organização de Ruy CastroNelson Rodrigues – por ele mesmo (2012)
– Organização de Sônia Rodrigues, filha do autorPARA SABER MAIS:Nelson Rodrigues: 100 anos – site comemorativo do centenário do autor, da Editora Nova FronteiraNelson Rodrigues, o Eterno – matéria da revista Bravo! (edição 173, jan/2012)