6 de novembro de 2012


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26 de outubro de 2012

Mudanças no ar...

Depois de vários alguns dias sem aparecer, estou aqui para deixar um recadinho. Na verdade, não postei nada ultimamente porque há tempos estou pensando em algumas mudancinhas para o blog e, pouco a pouco, estou trabalhando nelas. Não vai ser nada assim tão drástico, mas vou precisar da ajudinha de vocês, leitores. Isso porque essas mudanças incluirão um novo nome (portanto, um novo endereço). Então preciso ver como vai ficar essa história toda de seguidores, página no Face, etc. Mas espero que vocês não abandonem o blog, né... =P

Além disso, ainda não é certo, mas tenho pensado em tentar dar um destaque especial à literatura francesa (principalmente contemporânea) aqui no blog. Assim, é só uma ideia, e na prática não vai mudar muita coisa. Mas penso deixar os posts sobre livros franceses em um menu separado, para que seja mais fácil encontrá-los. De novo, é só uma ideia (inspirada pelo meu interesse na França e por ser amante da língua francesa).

Por enquanto é só!
Ah, apesar das mudanças, o perfil do Escrevendo Loucamente continuará o mesmo – não sei se vocês acham isso essencialmente positivo... espero que sim!

8 de outubro de 2012

5 motivos para ler Lolita Pille

Lolita Pille nasceu em Sèvres, na França, no dia 27 de agosto de 1982, filha de pai arquiteto e mãe contadora. Nascida em família rica (mas ela se diz "de classe média"), Lolita passou a adolescência envolta em luxo, frequentando a área vip dos clubs mais badalados de Paris. Levava uma vida de futilidades e excessos de todo tipo. Chegou a começar a faculdade de Direito, que ela logo abandonou. De expressão consideravelmente blasé e de natureza desbocada, é adepta a cigarro, bebida e grifes de luxo. Em uma visita ao Rio de Janeiro em 2005, após provar variantes da caipirinha, a jovem autora disse sem reservas que a caipiroska de Paris "é melhor". Ao passear na Rocinha (com bolsa de grife a tiracolo), a fala da moça, então com 22 anos, foi a seguinte: "Parecem mais felizes do que eu".

5 motivos para ler Lolita Pille...

1. A autora escreveu seus primeiros livros bem jovem e diz que o fez sem pensar muito. No entanto, seu primeiro título (que ela escreveu aos 18 anos), Hell - Paris 75016, fez um baita sucesso e virou best-seller, sendo publicado em vários países. O livro critica o estilo de vida de jovens parisienses abastados, cuja rotina baseia-se em drogas, boates, lojas de grife e promiscuidade. Foi só mais adiante que ela desenvolveu verdadeiro interesse por literatura, sentindo necessidade de ler cada vez mais e de ser mais exigente em relação à literatura.

2. O interessante é que Hell foi baseado no próprio universo da autora, em um período de sua vida já deixado para trás. No livro, Lolita Pille mostra uma juventude de classe alta podre em seus excessos, o que causou barulho e foi motivo de desagrado nesse meio. Em entrevista concedida em fevereiro de 2011, às voltas com o lançamento de seu terceiro livro (Cidade da Penumbra), a autora diz que já não pertence a esse mundinho de Hell. Pelo contrário, aos 29 anos, ela já não mergulha nas loucas badalações de outrora e tem se concentrado mais na carreira literária.

3. Lolita Pille se declara feminista e critica a visão da mulher como um objeto; sobre o universo da cirurgia plástica, ela afirma que "a monstruosidade virou padrão de beleza".

4. Hell - Paris 75016 ganhou versão cinematográfica francesa em 2006, intitulada Hell, dirigida por Bruno Chiche. Curiosidade: no início deste ano, o livro teve adaptação teatral em São Paulo, com direção de Hector Babenco. A peça, de título homônimo ao livro, contou com Bárbara Paz no papel da fútil Hell.

5. Lolita Pille é comentada e causa rebuliço, mas está longe de ser amada. Além de ter sido criticada pela imprensa convencional, ela conquistou considerável antipatia na internet - ela se diz detestada na web. Basicamente porque os internautas a consideram "afiliada ao grande sistema", característica que a autora não atribui a si mesma. Também foi alvo do desagrado de amigos e conhecidos jovens de classe AAA, que não gostaram nada de ver seu estilo de vida retratado com tamanha acidez e "desrespeito" em Hell, e reagiram expulsando Pille desse meio social.


OBRAS:
Hell - Paris 75016 (2002)
Bubble Gum (2004)
Cidade da Penumbra (2008)

26 de setembro de 2012

Starters [Lissa Price]


Callie perdeu os pais quando a Guerra dos Esporos varreu todas as pessoas entre 20 e 60 anos. Ela e seu irmão mais novo, Tyler, estão se virando, vivendo como desabrigados com seu amigo Michael e lutando contra rebeldes que os matariam por uma bolacha.
A única esperança de Callie é Prime Destinations, um lugar perturbador em Berverly Hills que abriga uma misteriosa figura conhecida como Velho. Ele contrata adolescentes para alugar seus corpos aos Enders — idosos que desejam ser jovens novamente. Callie, desesperada pelo dinheiro que os ajudará a sobreviver, concorda em ser uma doadora. Mas o que parecia ser a solução é apenas o começo de grandes descobertas... E Callie terá que lutar para tentar sobreviver.


Encontrando a ficção científica, Starters apenas simpatiza com a tão comentada distopia. O caos em que vivem os personagens é fator-chave para todos os acontecimentos na trama, mas não ganha tanta profundidade quanto deseja o leitor ao mergulhar na história.

O tema não alcança todo o seu potencial, apesar de ser interessante e servir de gancho para reflexões e comparações com o mundo (e valores) contemporâneos. A ideia do aluguel de corpos, enaltecendo a juventude apenas em sua estética, sugere forte relação com a atual inversão de valores, estes tão baseados na aparência e no poder aquisitivo. O corpo, tão valorizado na vida real, na trama é descartável, propriedade de ninguém - ou melhor, de quem tem grana para comprá-lo, literalmente.

O sentimentalismo aparece, muitas vezes, em excesso e desorientado, como que meio deslocado na festa de elementos que compõem a trama. Entendo a questão do irmão doente e o fato de ser o gatilho para os (maiores) problemas da protagonista, Cally. Mas não foram raras as vezes em que não me senti totalmente convencida pela narrativa. Senti certa carência de explicações. O envolvimento romântico entre Cally e Blake, além do ciúme e da sugestão de um possível triângulo amoroso com Michael, foi tão óbvio quanto supérfluo.

Apesar de nenhum dos personagens ter realmente chamado minha atenção, o Velho tem ares de vilão intrigante. Imaginei muito forte um teor psicológico pesado ligado a ele - e secretamente desejo que seja assim na continuação da série.

Apesar das críticas, o livro diverte e, como disse lá no início, o tema pode render momentos produtivos de "exercício tico e teco". O final levanta os ânimos, já relativamente desgastados com o decorrer da história; sendo assim, a probabilidade de terminar a leitura curioso(a) e querendo ler a continuação é grandinha. Ainda, há sempre a esperança de que as continuações "resolvam" os deslizes do primeiro volume (superficialidade, falta de explicações,…), embora eu pense que uma trama coerente e que se justifique é como o "acabamento" da história - indispensável e fator determinante de sua qualidade.

Título: Starters
Título original: Starters
Autor(a): Lissa Price
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2012
Páginas: 368

17 de setembro de 2012

Vi na Livraria: O Museu do Peixe Morto, de Charles D'Ambrosio



Basicamente, o motivo pelo qual O Museu do Peixe Morto me atraiu em meio a tantos outros títulos, todos misturados em um display na livraria, foi justamente o próprio título. Através da sinopse, percebi que o livro é notável e merece atenção. Digam se não estou certa:

O MUSEU DO PEIXE MORTO, de Charles D'Ambrosio, Ed. Grua, 2010.

Os oito contos de O Museu do Peixe Morto apareceram originalmente em importantes publicações americanas como The New Yorker e fizeram parte de coletâneas como The Best American Short Stories (2004 e 2005). No Brasil, o conto "Roteirista" foi publicado pela Serrote (número 3, dezembro de 2009), que apresentou o autor como “um dos mais hábeis e envolventes narradores norte-americanos da atualidade”.

No conto "O esquema geral das coisas", um casal de picaretas sai pelo interior, em meio a fazendas de milho e caipiras, tentando conseguir dinheiro à custa de pequenos golpes. Um casal de velhos os acolhe, e essa é uma boa medida do trabalho de D'Ambrosio, que se equilibra com maestria no falso paradoxo entre vidas à margem e lirismo. As personagens são acolhidas. Os tipos esquisitões, tão comuns no imaginário da sociedade americana, ganham aqui um novo e desassombrado olhar. O menino que mora no orfanato de freiras e cujo pai ficou incapaz num acidente que matou a mãe; o roteirista bem-sucedido que é internado com diagnóstico de suicida em uma clínica psiquiátrica; o homem que conserta máquinas de escrever, ofício que herdou do pai e que não poderá passar ao filho, esquizofrênico; o rapaz que sai em direção ao mar com a urna de cinzas do avô, dando carona a estranhos.

Charles D’Ambrosio escreve sobre os Estados Unidos dos pequenos dramas, e é do país oculto na grande e heróica nação que ele extrai a matéria-prima para sua literatura, que tem conquistado crítica e público.

6 de setembro de 2012

Cadernos de viagem, encontro de arte + literatura

Este post estava no forno há meses e a ideia inicial era fazê-lo em forma de vídeo. Mas quem está sempre por aqui já notou que até hoje só fiz 2 vídeos para o blog. Não é má vontade e nem preguiça, juro. É só que me falta um “ânimo interior” para fazer mais vídeos. Um dia eu supero isso!
Então, vamos ao que interessa...

VOCÊS CURTEM LITERATURA DE VIAGEM?
MAIS PRECISAMENTE, JÁ VIRAM/LERAM UM DIÁRIO OU CADERNO DE VIAGEM?




LITERATURA DE VIAGEM
É o relato/escrita de viagem acrescida de valor literário; as memórias das experiências do autor ao visitar um local em situação de viagem. A narrativa é coerente, e a estética é importante – não se trata da simples enumeração de datas e eventos. Geralmente, é baseada em relatos de viagens reais, mas também pode aparecer em forma de ficção.

A literatura ou relato de viagem espalhou-se bastante durante os séculos XV e XVI, com os grandes Descobrimentos. Relacionava-se à necessidade de registrar informações geográficas, atmosféricas, rotas... Mais adiante, foram incorporados aspectos mais antropológicos devido à curiosidade e à própria vontade de descrever os cenários, os povos e seus costumes, a fauna e flora. Tudo era novo e exótico, portanto merecia ser registrado!

A literatura de viagem, de maneira geral, compreende roteiros, diários de bordo (apontamentos de marinheiros, viajantes ou escrivães), cartas enviadas aos reis. Um exemplo bem conhecido é A Carta, de Pero Vaz de Caminha. É possível encontrar narrativas de viagens de épocas ainda mais distantes – como Odisseia (de Homero) e As Viagens de Marco Polo. Como exemplos mais recentes, podemos citar Diários de Bicicleta (de David Byrne), além de algumas obras do brasileiro Érico Veríssimo (México - história duma viagem, Israel em abril, etc).


E OS DIÁRIOS E CADERNOS DE VIAGEM?
O diário ou caderno de viagem é um gênero que mescla literatura e arte. Geralmente traz a viagem em seu sentido mais amplo, mostrando a descoberta e exploração do desconhecido, podendo o contexto girar em torno de um tema específico ou não. Além disso, a impressão pessoal do autor é muito forte e essencial neste tipo de obra, que muitas vezes tem caráter subjetivo.
O diário de viagem normalmente apresenta pouco texto (muitas vezes disperso pelas páginas) e um importante aspecto plástico - croquis, desenhos, composições a partir de colagens ou fotos. Muitos escritores-artistas utilizam o popular Moleskine para conceber suas obras.

Resolvi falar sobre cadernos de viagem aqui no blog justamente porque, após quase um ano morando na França, notei que não é um gênero muito difundido aqui no Brasil.
Na Europa, os cadernos de viagem são muito apreciados e há editoras que se especializam neste nicho – estagiei em uma delas, inclusive.

Ainda, existe um evento anual acerca dos cadernos de viagem na cidade francesa de Clermont-Ferrand. O Rendez-vous du Carnet de Voyage* acontece todos os anos desde 2000 e traz exposições de cadernos de viagem, encontros (com carnettistes, autores e ilustradores), projeção de filmes, além de palestras, ateliês e premiações de obras e artistas. Cada edição prioriza um ou alguns temas (geralmente um país ou região do mundo). O tema de destaque da 13ª edição, que ocorrerá em novembro deste ano, é a Península Ibérica e a América Latina.
*Ver "LINKS RELACIONADOS"

(O motivo principal pelo qual eu queria ter feito este post em forma de vídeo era para mostrar para vocês alguns cadernos de viagem que eu trouxe comigo na mala, todos da editora Reflets d’ailleurs, na qual estagiei. São livros com um trabalho artístico muito notável. Mas, como não rolou vídeo, fiz fotos dos livros para ilustrar o post.)









Para vocês terem uma ideia melhor de como são as ilustrações em um caderno de viagem, sugiro que deem uma espiada no site da Urban Sketchers*, uma organização sem fins lucrativos conhecida no mundo todo, que reúne e incentiva o desenho urbano local e seus artistas. O Brasil tem seu próprio blog, parte da organização, o Urban Sketchers Brasil*.
*Ver "LINKS RELACIONADOS"


PARA VER
Diário de viagem: vídeo que mostra desenhos de um diário de viagem. Bem maneiro.
Imagens de cadernos de viagem (Creative travel journals, no blog Black Eiffel – em inglês).


LINKS RELACIONADOS
Rendez-vous du Carnet de Voyagewww.rendezvous-carnetdevoyage.com
Urban Sketcherswww.urbansketchers.org
Urban Sketchers Brasilbrasil.urbansketchers.org

29 de agosto de 2012

Branca de Neve e o Caçador [Lily Blake / Evan Daugherty / John Lee Hancock / Hossein Amini]


Quem você será quando for confrontado
com o fim?
O fim de um reino.
O fim dos bons homens.
Você correrá?
Você se esconderá?
Ou perseguirá o mal com um orgulho venenoso?


Há dez anos, a vingativa Rainha Ravenna assassinou o rei na mesma noite em que se casara com ele. No entanto, dominar o reino tornou-se um sofrimento para a Rainha. Para salvar seus poderes e manter-se jovem e bela para sempre, ela deve devorar um coração puro, e Branca de Neve é a única pessoa com esse coração. A fim de capturá-la, Ravenna recorre ao Caçador, o único homem que já se aventurou pela Floresta Sombria e sobreviveu. Branca de Neve será morta pelo Caçador? Ou será treinada por ele e se tornará a melhor guerreira que o reino já conheceu?



Diferentemente da maioria das adaptações, nesta aqui, o livro foi baseado no filme, e não o contrário. Talvez isto tenha contribuído para a falta de identidade da narrativa.

Branca de Neve e o Caçador tinha potencial para ser um ótimo romance. A proposta de uma adaptação um tanto sombria do conhecido conto de fadas, com uma protagonista que luta pelo que acredita, é deveras válida, atraente até. No entanto, uma narrativa pobre e descrições insossas puseram tudo a perder. A trama carece de detalhes e de personalidade, fazendo com que o leitor não encontre o encanto que o faria mergulhar na história. Até os momentos de ação parecem foscos e acontecem de maneira breve, quase despercebida.

A superficialidade atinge também os personagens. Todos, sem exceção, são fracamente desenvolvidos e, assim como o próprio texto, não surpreendem em momento algum. Se fisicamente a obviedade do clássico perpetua (a loirice da Rainha Ravenna e o porte másculo e cabelo desalinhado do Caçador que o digam!), seriam esperadas algumas peculiaridades e certo aprofundamento de caráter. Ao invés disso, nos são entregues figuras ocas que repetem frases prontas. E só.

Para algo (bem) descompromissado, o livro pode até entreter. Mas, francamente, essa releitura de Branca de Neve poderia ter feito bem melhor. A impressão que ficou é a de que a adaptação – que ganhou roupagem mais teen, com ares “girl power” – parece ter sido concebida com o único objetivo de incrementar a marca Snow White and the Huntsman.

Em tempo: apesar de tudo, a edição é caprichadinha. A divisão dos capítulos e das partes do livro é estilizada seguindo o aspecto medieval da história.

Título: Branca de Neve e o Caçador
Título original: Snow White and the Huntsman
Autor(a): Lily Blake; Evan Daugherty; John Lee Hancock; Hossein Amini
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2012
Páginas: 208

24 de agosto de 2012

Vi na Livraria: Borralheiro (minha viagem pela casa), de Fabrício Carpinejar



Há alguns anos li, assim por acaso e de um só fôlego, os textos de Canalha!. E foi uma deliciosa descoberta, já que não conhecia nada do autor. Nele, Carpinejar me cativou com o humor de suas crônicas, com a figura do homem dos dias atuais, seu comportamento e seu papel – ambos em constante transformação.
Por isso escolhi Borralheiro para o Vi na Livraria. Uma outra faceta do homem contemporâneo. Um livro que me atrai e que quero, um dia, ler.

BORRALHEIRO (minha viagem pela casa), de Fabrício Carpinejar, Ed. Bertrand Brasil, 2011.

O homem é o novo dono do lar. O novo romântico. O novo casamenteiro. Não tem vergonha de chorar, lembra a data do primeiro beijo e conhece de cor e salteado onde ficam as toalhas e quais estão secas.

Em 100 crônicas, o escritor confidencia as estratégias divertidas de sedução e faz advertências saborosas, como nunca mexer no umbigo da namorada ou apertar suas bochechas. Em altas doses de lirismo e humor, Carpinejar embarca em uma viagem sem volta pela residência. Passeia por cada cômodo, brincando com as diferenças do comportamento entre marido e mulher e destruindo condicionamentos do sexo e do amor. O escritor não foge de uma boa discussão de relacionamento, tanto que acha que a briga deveria ser profissionalizada com O Dia da DR.

Depois dos sucessos de Canalha! e Mulher Perdigueira, Carpinejar retrata a mudança do comportamento masculino. Descobre agora o Borralheiro, personagem que não se sente menosprezado por cuidar das tarefas domésticas. O autor convida cada um a repensar a rotina e se apaixonar novamente pelo casamento. Se em Canalha!, ele indicava a importância dos bicos da caixa de leite, aqui divide com a mulher copos de requeijão e iogurte.

Para ler algumas das crônicas de Borralheiro, acessem a página do livro.

17 de agosto de 2012

A delicadeza [David Foenkinos]

Tendo a canção L’amour en fuite (O amor em fuga), de Alain Souchon, como fundo musical, Foenkinos constrói uma comédia sentimental saborosa.

Nathalie e François viviam o que se poderia chamar de um amor perfeito. Uma felicidade daquelas que despertam admiração dos que a observam e o medo de quem a vive. Depois de sete anos de casamento, a tragédia atravessa a rotina de Nathalie: François morre, deixando a jovem mergulhada numa dor quase insuportável. E a perdida Nathalie encontra-se, no caminho em busca por si mesma, com o não menos confuso Markus.
Nathalie, em um luto aparentemente eterno, é atraente e constantemente assediada pelo diretor da empresa. Markus é um sueco sem muitos atrativos físicos e com um histórico de insucessos amorosos que colaboram para a sua timidez e para a falta de jeito com o sexo oposto. No entanto, ele transmite certa calmaria e possui um senso de humor que se revela aos poucos em frases não muito habituais, mas certeiras. Contrariando todas as expectativas, é com ele e por ele que Nathalie enfrentará a dor da perda e tentará seguir em frente.

O beijo é muitas vezes o ponto de partida das mais diversas histórias de amor, sejam elas breves, eternas, bem-sucedidas ou não. Em A delicadeza, David Foenkinos colocou o beijo como a linha que separa a depressão e o recolhimento da protagonista de sua redescoberta dos assuntos do coração. E foi de maneira inusitada, e por isso mesmo, dotada de charme ímpar.

Com um beijo é que começa a história de Nathalie e Markus. Relacionamento de início desajeitado, manco até, e por isso mesmo hilário. Engana-se quem pensa que A delicadeza traz uma história de amor convencional. O livro não é daqueles para se roer de curiosidade e torcer para que mocinho e mocinha fiquem juntos no final. É um livro em que os protagonistas se descobrem – ao outro e a si mesmo – e o leitor acompanha esse caminho regalado por um texto com pitadas de humor. Esse humor aparece também através de “minicapítulos” que intercalam a narrativa, destinados simplesmente a entrar em algum detalhe sobre algo já mencionado e que, aparentemente, não tem importância na trama. Pequenas informações a título de curiosidade – os ingredientes necessários para preparar um risoto de aspargos, um pensamento de um filósofo polonês, ou o título de um quadro – que acabam por dar um brilho a mais no todo e realçar o humor na obra.

O ambiente de trabalho (ambos são parte da mesma equipe de trabalho em uma multinacional sueca) revela as “pequenas” podridões contidas no jogo das normas sociais. Os comentários que nunca cessam, as relações empobrecidas e superficiais, e a necessidade de invadir o outro por nada saber fazer com o vazio dentro de si. Não haveria, a meu ver, melhor ambiente para fazer brotar algo – talvez a única coisa realmente viva e verdadeira lá dentro – entre os protagonistas. Ponto para o autor!

A delicadeza traz uma história charmosa. Seus personagens, também charmosos, são traçados com excelência pelo autor, e parecem ganhar vida própria em uma trama que navega pelas várias nuances da palavra "delicadeza"...

Curiosidade: o livro foi adaptado para o cinema pelo próprio David Foenkinos junto com seu irmão, Stéphane Foenkinos. O filme, intitulado A Delicadeza do Amor, é estrelado por Audrey Tautou e François Damiens e chegou às telas em 2011.

Título: A delicadeza
Título original: La délicatesse
Autor(a): David Foenkinos
Editora: Rocco
Edição: 2011
Ano da obra: 2009
Páginas: 192


Li a obra em seu idioma de origem, o francês. Não é uma leitura difícil, mas recomendaria apenas aos que já possuem um nível mais avançado da língua; diria que requer uma importante compreensão gramatical.

Recorri ao dicionário algumas vezes, ainda que o vocabulário e as expressões que desconhecia não chegassem a impedir o entendimento pelo contexto – tanto que lia tranquilamente na rua, sem ter um dicionário a tiracolo. Ótimo para quem já fala francês e quer praticar um pouco mais.

E sim, é a Audrey Tautou na capa (em uma das cenas do filme), o que deixou o livro ainda mais irresistível, não?!


LA DÉLICATESSE (David Foenkinos, Éditions Gallimard, Collection Folio – 5177, 2012)

15 de agosto de 2012

PROMOÇÃO: "Starters"

Quem aí está a fim de ganhar um kit do livro Starters, da autora Lissa Price?!
O kit está bem legal, a Novo Conceito caprichou! Você pode ver o kit lá embaixo, no final do post.

Para concorrer, basta seguir as regrinhas abaixo:

1. Residir no Brasil.
2. Curtir a página do Escrevendo Loucamente no Facebook.
3. Postar o link da promoção no seu mural do Facebook.
4. Comentar neste post, validando a participação.

E não se esqueça de preencher o formulário Rafflecopter abaixo!

Pronto! Você já está participando!

Mas, você pode ter chances adicionais se:
- Seguir o blog via Google Friend Connect.
- Curtir a página da Novo Conceito no Facebook.

a Rafflecopter giveaway





IMPORTANTE:
- Serão aceitas participações até 02/09/2012.
- TODOS os itens marcados como "obrigatório" ("mandatory" no formulário) deverão ser cumpridos para que a participação seja válida.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- O kit será enviado pelo blog.
- Enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

13 de agosto de 2012

#BienaldoLivroSP: programação voltada ao negócio do livro



Estive na Bienal no último domingo, 12 de agosto, e nem preciso dizer que gostei muito do que vi. Mesmo com tempo curto, consegui dar uma boa vasculhada por lá! Percebi o ótimo trabalho de várias editoras, que trouxeram ao leitor um estande atraente e divertido. Dentre os estandes que mais me chamaram atenção, estão o da Novo Conceito, que caprichou no visual – difícil não notar a réplica enorme do livro Starters bem na entrada! A Intrínseca e o Grupo Record também estão com estandes imperdíveis nesta Bienal.




Lula Vieira fala sobre Marketing Editorial

Mas este post é, na verdade, para falar sobre a programação. Claro que as editoras estão com várias atrações interessantes, mas o que me atraiu em especial foi a programação do espaço Livros & Cia., com palestras e debates sobre o negócio do livro. Conferi duas atrações no dia 12 – um bate-papo sobre prêmios literários, e uma excelente palestra sobre marketing editorial com o publicitário, e hoje diretor de marketing da Ediouro, Lula Vieira (de quem já postei review aqui) –, mas gostaria mesmo de estar presente todos os dias da Bienal para acompanhar toda a programação do espaço.
Se você tem interesse em temas que tocam o mercado editorial e a indústria do livro como um todo, vale a pena dedicar algumas horas do seu dia à programação do espaço Livros & Cia.

Confira a programação do espaço Livros & Cia.


"Os Bastidores dos Prêmios Literários"


Imagens: site da 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2012 > Galeria

7 de agosto de 2012

5 motivos para ler Nelson Rodrigues


Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente Nelson Rodrigues, nasceu na cidade de Recife, em 23 de agosto de 1912. Reconhecido como um grande escritor, dramaturgo e cronista, está imortalizado na literatura brasileira. Foi repórter policial, escreveu crônicas, contos, correio sentimental, folhetins, comentário esportivo (era apaixonado por futebol) e artigos opinativos. O teatro entrou em sua vida por acaso, devido a dificuldades financeiras, e aí se consagrou, apesar de suas peças serem constantemente consideradas como obscenas e imorais.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1980.

Nelson Rodrigues completaria 100 anos em 2012. Por ocasião do centenário do autor, vários eventos estão rolando em todo o país. Exposições, peças, leituras, debates... Vale a pena conferir.

E vamos aos 5 motivos...

1. Nelson Rodrigues foi um importante representante da literatura teatral do seu tempo e a peça “Vestido de Noiva” foi um marco no teatro brasileiro moderno por seu caráter inédito. Tendo escrito dezessete peças teatrais, o autor enfrentou problemas com a censura e a polêmica em torno de suas obras, já que o erotismo esteve muito presente. O crítico Sábato Magaldi editou as obras de Nelson Rodrigues em quatro volumes, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas. O autor assinava algumas de suas obras sob o pseudônimo Suzana Flag.

2. A originalidade foi um aspecto marcante do autor. Realista em pleno Modernismo, chegou a ser considerado um novo Eça de Queirós. Nelson Rodrigues criticou sordidamente a sociedade e suas instituições, principalmente o casamento, transpondo a tragédia grega (e suas regras) para a sociedade carioca do início do século XX, dando surgimento à contemporânea “tragédia carioca”. O aspecto erótico foi sempre bastante marcante em sua obra.

3. Em vida, acompanhou a adaptação cinematográfica de sua obra, tendo colaborado com o roteiro de “A Dama do Lotação”, “Bonitinha, mas ordinária” e “Álbum de Família”. Foi responsável, também, por escrever os diálogos para os filmes: “Somos Dois”, de Milton Rodrigues, e “Como ganhar na loteria sem perder a esportiva”, de J. B. Tanko.
Ainda, Nelson Rodrigues foi pioneiro na teledramaturgia brasileira com a autoria da novela “A Morta Sem Espelho” para a extinta TV Rio. Outras novelas foram baseadas na obra do autor, como “O Homem Proibido” e “Meu Destino é Pecar”, entre outras, e também a conhecida minissérie “Engraçadinha: seus amores e seus pecados”.

4. A série televisiva “A vida como ela é...” foi baseada nas obras de Nelson Rodrigues (com adaptação de Euclides Marinho e dirigida por Daniel Filho). Fruto de uma apurada observação sobre o mundo, “A vida como ela é...” trazia temas do universo passional. A série foi exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, em 1996, com reprise em 1997 e em 2001.

5. Nelson Rodrigues foi autor de inúmeras frases – as “pérolas rodrigueanas”. Suas “mil melhores frases” foram organizadas pelo jornalista e escritor Ruy Castro e publicadas pela editora Companhia das Letras sob o título de Flor de Obsessão.

“Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.” [Nelson Rodrigues]


PRINCIPAIS OBRAS:

Peças:
Mulher sem Pecado (1941)
Vestido de Noiva (1943)
A Falecida (1953)
Os Sete Gatinhos (1958)
Boca de Ouro (1959)
Beijo no Asfalto (1960)
Toda Nudez Será Castigada (1965)
Teatro Completo (1981-89) – Organização de Sábato Magaldi, 4 volumes

Romances:
Meu Destino é Pecar (1944) – como Suzana Flag
O Homem Proibido (1951) – como Suzana Flag
O Casamento (1966)

Contos:
Cem Contos Escolhidos – A vida como ela é... (1961) – 2 volumes
Elas Gostam de Apanhar (1974)
A vida como ela é... – O homem fiel e outros contos (1992) - Seleção de Ruy Castro

Crônicas:
Memórias de Nelson Rodrigues (1967)
O óbvio ululante (1968)
A cabra vadia (1970)
O reacionário (1977)

Frases / Depoimentos:
Flor de Obsessão: as 1000 melhores frases de Nelson Rodrigues (1997) – Organização de Ruy Castro
Nelson Rodrigues – por ele mesmo (2012) – Organização de Sônia Rodrigues, filha do autor


PARA SABER MAIS:

Nelson Rodrigues: 100 anos – site comemorativo do centenário do autor, da Editora Nova Fronteira
Nelson Rodrigues, o Eterno – matéria da revista Bravo! (edição 173, jan/2012)

3 de agosto de 2012

PROMOÇÃO: “Como me tornei estúpido”


Galera, trouxe uma promoção MUITO supimpa para vocês, diria mesmo imperdível (sério!)... O sorteado(a) levará para casa um exemplar de Como me tornei estúpido, do genial Martin Page. Não leu o review?! Clica aqui, agora! Juro, o livro é muito bom.
Aproveitando, agradeço à editora Rocco pelo exemplar cedido. =)

Para participar, além de ter um endereço no Brasil, é preciso seguir as regrinhas:

1. Seguir o blog via Google Friend Connect.
2. Curtir a página do Escrevendo Loucamente no Facebook.
3. Deixar um comentário neste post para validar a participação.
4. Preencher o formulário Rafflecopter abaixo.

Supersimples! E para quem quiser chance extra, basta se inscrever para receber os posts do Escrevendo Loucamente por e-mail. Atenção: tem que confirmar a inscrição no link que você receberá no e-mail cadastrado.

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IMPORTANTE:
- Serão aceitas participações até 30/08/2012.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- O livro será enviado pelo blog.
- Enviarei um e-mail ao sorteado(a), que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

1 de agosto de 2012

O Espião [Clive Cussler / Justin Scott]


O ano é 1908 e a iminência da Primeira Guerra Mundial se faz sentir através de tensões internacionais.
Nos EUA, o aparente suicídio de um talentoso projetista de canhões de couraçados faz com que sua filha busque a Agência Van Dorn para investigar o caso e limpar o nome do pai. O detetive Isaac Bell é escalado para a investigação e percebe se tratar de um caso de assassinato, e não de suicídio como se acreditava até então. A morte de outros profissionais de destaque da área naval revela a existência de um ardiloso espião envolvido em tudo isso...
O Espião é o terceiro de uma série de cinco livros – independentes entre si – com as aventuras de Isaac Bell.

O ritmo frenético do livro é sentido desde o início, ao mergulhar o leitor logo de cara no assassinato de Arthur Langner, um projetista de canhões da Marinha dos Estados Unidos. Nomes e acontecimentos que parecem surgidos do nada não demoram a tomar forma e a delinear com precisão a história a ser contada – e que história!

A riqueza de detalhes e um aspecto histórico que marca presença são dois grandes trunfos do livro. A narrativa corre pelas ruas do Hell’s Kitchen, em Nova Iorque, mostrando o universo dos gângsteres e suas práticas. Detalhes e descrições mais técnicas dos couraçados e canhões podem desanimar alguns, mas pessoalmente não achei que estiveram em excesso; ao invés de entediar, criam certa curiosidade e não chegam a fazer com que o leitor se perca (mesmo que sejamos leigos no tema, o colega Google está aí para essas coisas). Ou seja, a ação é constante e Cussler soube manter o ritmo que histórias de mistério e espionagem normalmente pedem.

Além dos personagens atraentemente intrigantes (o detetive Isaac Bell, sagaz e divertido, faz com que o leitor queira acompanhá-lo em suas empreitadas), o livro retrata o charme da época na medida certa e sem sair do contexto da trama.

Aos apreciadores de histórias de mistério e aventura: O Espião merece sua atenção na próxima visita à livraria. A ótima elaboração em termos de momento histórico é um plus que faz toda a diferença. Sim, porque livros do gênero precisam convencer, e este aqui certamente o faz.

Título: O Espião
Título original: The Spy
Autor(a): Clive Cussler / Justin Scott
Editora: Novo Conceito
Edição: 2012
Ano da obra: 2010
Páginas: 416

30 de julho de 2012

Vi na Livraria: Triângulo das Águas, de Caio Fernando Abreu



Para o Vi na Livraria de hoje decidi escolher uma das obras de um autor que há tempos quero descobrir. Triângulo das Águas atraiu bastante minha atenção e me deixou curiosa, assim como alguns outros livros do autor (por exemplo, Morangos Mofados e Pequenas Epifanias, entre outros).


TRIÂNGULO DAS ÁGUAS, de Caio Fernando Abreu, ed. Agir

A janela escancarada abre-se para a noite enorme lá fora, onde ruge uma cidade estufada de rumores e procuras. Nesse ambiente, cinza e chuvoso, movem-se as personagens-zumbis de Caio Fernando Abreu.

Reconhecido com o Prêmio Jabuti – a naior honraria literária brasileira –, Triângulo é também um título exemplar do ponto de vista do estilo do autor: nas linhas das novelas que o compõem – Dodecaedro, O marinheiro e Pela noite – encontram-se cristalizadas algumas constantes na obra de Caio. A alma perdida em busca de alguma coisa (às vezes afeto), a verborragia e as referências que, longe de afetadas, exalam sinceridade e aproximam os leitores, a vida sob o signo da madrugada, as boas-vindas aos mistérios da existência, concretizados, neste livro, pela presença da astrologia (inclusive no título), e o tom confessional-desesperado.

Ao leitor destas novelas (ou noturnos, como o autor as chamou) não restará dúvidas quanto às razões por que Caio Fernando Abreu é considerado um dos escritores mais criativos e inovadores surgidos no Brasil nas últimas três décadas do século 20.

27 de julho de 2012

PROMOÇÃO RELÂMPAGO: "Belle" e "Dizem por aí..."


Promoção relâmpago! Bem simples, chances iguais para todo mundo.
O prêmio? Dois kits incríveis da Novo Conceito:
Belle (de Lesley Pearse)
Dizem por aí... (de Jill Mansell)

Serão dois sorteados, o primeiro escolherá o kit que irá receber e ao segundo caberá o outro kit. A promoção durará duas semaninhas apenas!

As regrinhas para participar são simples: basta ser seguidor do blog, curti-lo no Facebook e deixar um comentário neste post para validar a participação. Vamos lá preencher o formulário?!

a Rafflecopter giveaway


IMPORTANTE:
- Serão aceitas participações até 10/08/2012.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- Os kits serão enviados pelo blog.
- Enviarei um e-mail aos sorteados, que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

25 de julho de 2012

Dia Nacional do Escritor = Livro + Filme


Dia Nacional do Escritor... que tal uma história que traz a figura do escritor como personagem?

Esta é especialmente para os fãs de suspense/terror! O livro é do Stephen King que, como todo mundo sabe, é um mestre do gênero. Como a edição é velhinha, quem quiser ler Angústia terá que vasculhar sebos ou procurá-lo para troca. Porém, sempre existe a opção de ler em inglês (o título original é Misery e pode ser encontrado para encomenda nas grandes livrarias).

Sobre o filme, digo que se trata de um dos melhores suspenses a que já assisti – e não é exagero. Louca Obsessão é de 1990 e traz James Caan e a brilhante Kathy Bates nos papéis principais.



Paul Sheldon é um escritor famoso que sofre um acidente de carro, sendo socorrido por uma enfermeira que se autodenomina sua fã número um. Ela o leva para sua casa e passa a cuidá-lo. Mas, ao ler os originais do novo livro do escritor, percebe que sua personagem predileta será morta, fazendo com que sua personalidade doentia se revele. Sem poder se locomover, Sheldon se vê à mercê das loucuras da "fã", que o coloca em cárcere até que ele escreva um final feliz para a personagem Misery.

LIVRO: Angústia, de Stephen King, ed. Francisco Alves, 1987
FILME: Louca Obsessão (Misery, de Rob Reiner, EUA, 1990)

24 de julho de 2012

PROMOÇÃO: booktrailer "O Rosto que Precede o Sonho"


Quer concorrer a 20 exemplares do novo livro do Maurício Gomyde, O Rosto que Precede o Sonho? É fácil, basta assistir ao booktrailer do livro e seguir algumas regrinhas bem simples. E o mais legal é que dá para participar em todos os blogs parceiros, ou seja, há muitas chances de ganhar. Mas atenção: só é permitida uma participação por blog.

Para saber mais sobre o livro.

VAMOS AO BOOKTRAILER?


PARA PARTICIPAR:

1. Deixar um comentário “participando” neste post.
2. Preencher o FORMULÁRIO no blog do Maurício Gomyde indicando que assistiu ao booktrailer no blog Escrevendo Loucamente.

CHANCES EXTRA:

- Deixar um comentário no vídeo no YouTube. (2 chances extra)
- Seguir o Facebook do autor e CCC (curtir, comentar e compartilhar) o booktrailer. (3 chances extra)

IMPORTANTE:
- O sorteio será feito pelo próprio autor no dia 15/08/2012 e o resultado será publicado em seu blog.
- Os exemplares serão enviados pelo autor diretamente aos sorteados.

17 de julho de 2012

Como me tornei estúpido [Martin Page]

ATENÇÃO: este review ficou maior que o esperado (me empolguei...), mas prometo que valerá a pena lê-lo!

Minha melhor leitura de 2011 (e que ganhou um lugar de respeito na minha estante) foi A libélula dos seus oito anos. Como não podia deixar de ser, fui com sede ao pote em Como me tornei estúpido, primeiro romance do francês Martin Page. E vou dizer... superou expectativas! Posso afirmar que o autor está, definitivamente, entre meus preferidos (junto com García Márquez e Saramago).


Antoine, 25 anos, é um rapaz como muitos outros. Não gosta de ser manipulado, não gosta de explorações colonialistas, não gosta que lhe obriguem a estudar assuntos desinteressantes, odeia a burocracia e todas as suas máscaras.
Traduzir do aramaico e conhecer a fundo o cinema de Sam Peckinpah e Frank Capra, no entanto, não o levaram muito longe. Por isso, um belo dia, Antoine anuncia a seus amigos um plano perfeito. Investir na idiotice como forma de sobrevivência. Ele está convencido de que só a estupidez lhe permitirá ser plenamente aceito pela sociedade em que vive.

Genialmente exagerado e deliciosamente sarcástico, pincelado com cenas inimagináveis que se mostram fantasiadas de cotidiano (o que lembra aspectos do realismo mágico). Como me tornei estúpido deve ser saboreado sem pressa – serão necessárias diversas pausas para rir com a comicidade nada inocente e com a astúcia de muitos trechos.

Ao utilizar-se do caricato e de certo exagero, o autor provoca e faz pensar. A ideia de que a estupidez se faz necessária para a integração à sociedade é brilhante e leva verdade a tiracolo. Criticar a sociedade deliberadamente consumista, a ambição sem freios e o egocentrismo planetário não é algo superinovador, mas Martin Page revela tais críticas de maneira inteligente e dotada de personalidade.

De maneira impressionante, os seres humanos se parecem com o seu carro. Uns têm uma vida sem opções que avança com toda a prudência, não vai muito depressa, freia e tem frequentemente necessidade de reparos; é uma vida de qualidade inferior, pouco sólida, que não protege os seus ocupantes em caso de acidente. Outras vidas têm todas as opções possíveis: o dinheiro, o amor, a beleza, a saúde, a amizade, o sucesso, o airbag, assentos de couro, direção hidráulica, motor possante e ar-condicionado.

Só o que foi dito acima já seria motivo suficiente para colocar o livro na lista dos “must-read de toute urgence” (curti o termo que acabei de inventar, vou inseri-lo no meu glossário mental, sabe, para a posteridade...). Mas ainda não acabou. Antoine, o protagonista, é fascinante. Suas ideias, suas atitudes, seus princípios e seu modo de vida (antes e durante o caminho da estupidez) fazem com que o leitor tenha vontade de conhecê-lo em carne e osso. Além disso, ele tem um melhor amigo que brilha no escuro! Agora diz, quem mais tem um melhor amigo que brilha no escuro?!

Ele estava cansado da acuidade de observação que lhe dava uma imagem cínica das relações humanas. Queria viver, não saber a realidade da vida; queria justamente viver. (...) Antoine não desejava ser um perfeito imbecil, mas diluir sua inteligência no amálgama da vida, deixar de tentar analisar tudo, de tentar descobrir tudo. (...) Não se tratava de renunciar gratuitamente à razão: a finalidade era participar da vida em sociedade.

Se você quer ler algo que te surpreenda, que te faça rir e dedicar um aplauso mental ao terminar a última página, este é o livro. Lá no começo, eu disse que ele deve ser lido sem pressa. Acontece que isso é quase um desafio: garanto que você vai devorá-lo rapidinho...

Título: Como me tornei estúpido
Título original: Comment je suis devenu stupide
Autor(a): Martin Page
Editora: Rocco
Edição: 2005
Ano da obra: 2001
Páginas: 160

13 de julho de 2012

PROMOÇÃO: Branca de Neve e o Caçador


Quer ganhar 1 kit do livro Branca de Neve e o Caçador?!

Simples de participar, esta promoção será um pouquinho mais básica: menos chances extras, portanto mais igualdade entre os participantes.

E uma novidade: o banner da promoção pode ser divulgado também no mural do Facebook.

Acessando a página do livro no site da Novo Conceito, você pode ver a sinopse e o trailer do filme (que acaba fazendo as vezes de booktrailer também).

Já o kit, dá para ver na foto que ele está caprichadinho! O bloquinho no formato de maçã dá um toque charmoso na escrivaninha ou na mesa do trabalho.



Para participar, basta seguir as regrinhas abaixo e preencher o formulário Rafflecopter:

1. Ter um endereço de entrega no Brasil.
2. Seguir o blog pelo Google Friend Connect.
3. Deixar um comentário neste post, validando a participação.

a Rafflecopter giveaway

Para levar o banner para o seu blog:




IMPORTANTE:
- Serão aceitas participações até 14/08/2012.
- O resultado será publicado neste mesmo post.
- O kit será enviado pelo blog.
- Enviarei um e-mail ao sorteado, que deverá ser respondido em até 3 dias. Não havendo resposta dentro do prazo, será feito um novo sorteio.

11 de julho de 2012

Livrarias por aí: Shakespeare and Company, Paris


UM POUQUINHO DA HISTÓRIA
A primeira Shakespeare and Company foi aberta em 1919 pela norte-americana Sylvia Beach e logo se tornou um ponto de encontro e agitação cultural parisiense. Especializada em literatura de língua inglesa, era frequentada por grandes nomes do século XX – Hemingway, Scott Fitzgerald e James Joyce, só para citar alguns. Inclusive, foi Sylvia Beach quem publicou a obra Ulisses, de James Joyce. A loja fechou suas portas em 1941.

Uma outra livraria foi aberta, em 1951, pelo também americano George Whitman. Esta, situada na rue de la Bûcherie (pertinho da Notre-Dame de Paris), foi nomeada Le Mistral, mas com prévia autorização e em homenagem a Sylvia Beach, foi renomeada para Shakespeare and Company.

A livraria continuou o legado da Shakespeare and Company de Sylvia Beach, encorajando novos escritores (que podem ficar hospedados no estabelecimento), mantendo o status de livraria independente e guardando a aura alternativa – e lendária – que sempre envolveu seu nome. Atualmente, quem dirige a loja é a filha de George, Sylvia Whitman, cujo nome lhe foi dado em homenagem a Sylvia Beach. George Whitman faleceu em dezembro de 2011, aos 98 anos.

 



AOS MEUS OLHOS
Sacola de lona à venda na loja:
mimo imperdível!
Entrar na Shakespeare and Company é como adentrar outra dimensão, um lugarzinho singular que parece perdido no tempo. Pilhas de livros por todos os lados, passagens estreitas, uma máquina de escrever e uma espécie de mural abarrotado de recadinhos deixados por visitantes do mundo todo. Além, claro, da frase que estampa uma das paredes da loja: "Be not inhospitable to strangers lest they be angels in disguise” (algo como “Seja hospitaleiro com os estranhos, pois podem ser anjos disfarçados”). Ainda, a livraria conta com atividades regulares, como o chá aos domingos, sessões de leitura e encontros com escritores.

Vale a pena visitar o site da Shakespeare and Company para ler sua história de forma mais detalhada e ver fotos de lá. Infelizmente, não é permitido tirar fotos dentro da livraria e eu não quis arriscar; ainda assim, espero que curtam as fotos que fiz da fachada!



Na frente da loja, olhando para a Notre-Dame de Paris,
amo esta foto!

A Shakespeare and Company é considerada por muitos como a livraria mais charmosa do mundo. Olha, não sei se do mundo inteiro, mas sim, definitivamente, é a livraria mais charmosa em que já coloquei meus pés!



LITERATURA RELACIONADA
Shakespeare and Company - Uma livraria na Paris do entre-guerras
de Sylvia Beach, editora Casa da Palavra, 280 páginas
Divertida autobiografia de Sylvia Beach, livreira, editora e escritora que, em 1919, abriu a livraria Shakespeare and Company numa ruela da Rive Gauche, em Paris.

Um Livro Por Dia - Minha temporada parisiense na Shakespeare and Company
de Jeremy Mercer, editora Casa da Palavra, 320 páginas
As memórias de um jornalista mochileiro no melhor estilo bibliomania. Com pouco dinheiro no bolso, descobriu que poderia dormir e viver na Shakespeare and Company em troca de trabalho.

4 de julho de 2012

Um Amor Para Recordar [Nicholas Sparks]

Cada mês de abril, quando o vento sopra do mar e se mistura com o perfume de violetas, Landon Carter recorda seu último ano na High Beaufort. Isso era 1958, e Landon já tinha namorado uma ou duas meninas. Ele sempre jurou que já tinha se apaixonado antes. Certamente a última pessoa na cidade que pensava em se apaixonar era Jamie Sullivan, a filha do pastor da Igreja Batista da cidade. A menina quieta que carregava sempre uma Bíblia com seus materiais escolares. Jamie parecia contente em viver num mundo diferente dos outros adolescentes. Ela cuidava de seu pai viúvo, salvava os animais machucados, e auxiliava o orfanato local. Nenhum garoto jamais a havia convidado para sair. Landon nem sequer sonhara com isso. Em seguida, uma reviravolta do destino fez de Jamie sua parceira para o baile, e a vida de Landon Carter nunca mais foi a mesma.

Serei bem direta. Sei que o Nicholas Sparks está cheio de fãs e seus livros são bastante adorados mundo afora, mas Um Amor Para Recordar não me causou surpresa e tampouco mexeu com meu lado emotivo.

Não se pode negar que o livro traz uma história bonita. A ideia de que o amor move muitas barreiras e transforma existências também é muito válida. Contudo, a trama cai na obviedade e não demonstra esforço algum para trabalhar melhor os clichês – tudo é entregue muito mastigado para o leitor, que engole e digere sem quase nem perceber.

Um Amor Para Recordar é um livro mela-cueca, sim. Mas não entendam tal característica como sendo necessariamente negativa. Nós, leitores, bem sabemos que existem momentos que pedem leituras do tipo; sendo assim, o livro pode se revelar uma boa pedida dependendo do período ou estado de espírito. Como dizem, cada caso é um caso, e aqui esta afirmativa é bastante adequada.

Ainda, os personagens não são exatamente cativantes, e possuem algo de bastante forçado, até. São “simplificados” em demasia, fazendo com que pareçam carecer da complexidade inerente ao ser humano. Jamie – e os “planos de Deus” – provavelmente irritará nos dias em que nem tudo estiver tão cor-de-rosa na vida do leitor.

Eis um livro cuja adaptação cinematográfica me agradou bem mais que o próprio livro. Um Amor Para Recordar não é uma leitura que eu normalmente recomendaria, salvo em ocasiões e para pessoas bem específicas.

Título: Um Amor Para Recordar
Título original: A Walk to Remember
Autor(a): Nicholas Sparks
Editora: Novo Conceito
Edição: 2011
Ano da obra: 1999
Páginas: 184

24 de junho de 2012

5 motivos para ler James Joyce

O irlandês James Joyce (1882-1941) foi um verdadeiro mestre da prosa. Joyce foi considerado um dos autores mais relevantes do século XX, tendo se tornado referência no modernismo em língua inglesa. Ulisses (ou Ulysses) é sua obra mais conhecida.

1. Ulisses é considerado o melhor romance de língua inglesa do século XX.

2. Mesmo tendo vivido a maior parte de sua vida adulta fora da Irlanda, suas obras possuem um laço intrínseco com Dublin, sua cidade natal. O autor retrata com profundidade os irlandeses, demonstrando simpatia, mas também fazendo críticas.

3. Suas obras provocaram, também, reações negativas. A primeira edição de Dublinenses, sua primeira obra de ficção publicada, foi queimada logo após ser impressa em Dublin. Já Ulisses chegou a ser proibida nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha por ser considerada uma obra pornográfica.

4. James Joyce influenciou grandes nomes da literatura. Sua obra Ulisses, apesar de ter sido criticada por sua complexidade, serviu de inspiração para ninguém menos que Virginia Woolf e T. S. Eliot.

5. Anualmente, no dia 16 de junho, é comemorado o Bloomsday, em Dublin e em outras cidades ao redor do mundo. Trata-se de uma celebração da vida e obra de James Joyce, e foi escolhido o dia 16 de junho por ser a data em que se passa Ulisses (esta é também a data em que Joyce saiu pela primeira vez com sua futura esposa, Nora Barnacle). No Bloomsday acontecem vários eventos culturais, como leituras e dramatizações de Ulisses, além de maratonas de pubs. Inclusive, todo ano, muitos dublinenses saem vestidos como os personagens do livro.

PRINCIPAIS OBRAS:
Dublinenses (1914)
Retrato do Artista Quando Jovem (1916)
Ulisses (1922)
Finnegans Wake (1939)

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